sábado, 14 de julho de 2012

MIMOS DE CHUVA


 ( Eu com guarda chuva, mimo da minha filha mais nova)
 
O senhor António dono do bar cá da praia, queixava-se esta manhã que não fora a crise para arredar as pessoas da beira-mar, o estado do tempo também não ajudava nada!

É verdade que a nortada tem-se instalado na praia revolvendo a areia o que torna difícil a veraneante que se preze posar para o sol. A bem dizer, o sol também anda tímido, tanto, que passa quase todo o dia atrás das nuvens. A lembrar o verão só mesmo ao finzinho da tarde quando o vento vai bulir com outras praias e o sol resolve dar o ar da sua graça empurrando as nuvens para longe conferindo à praia o ar da estação porque tanto espera o senhor António e todos os que anseiam torrar nas areias.

Ele vai chegar um destes dias. Nem que seja mais para o outono.

Agora que tive pena do senhor António, lá isso tive. Quando a seguir ao almoço começou a chover o ar desolado do pobre homem comoveu-me. Nem tive coragem de pedir-lhe que me levasse o café à esplanada. Mas quando me perguntou:
- Lá fora, ou cá dentro?
A resposta saiu rápida. Lá fora!

Na verdade já ninguém por ali achava esquisito que tomasse café à chuva. Fazia-o tantas vezes!

E como me diverte o olhar daqueles que certamente pensam que tenho um parafusito a menos.

Não imaginam como é bom um café sem guarda chuva. Assim como sem guarda chuva, é bom passear na praia vazia e sentir na pele as gotas de mar e de nuvem. Nunca poderão saber a que cheira e a que soa a praia quando chove.

Lamento pelo senhor António, que está na minha praia há tantos anos quantos o mar, mas quem sabe um dia outros apreciem como eu estes mimos de chuva.

6 comentários:

xn disse...

Concordo com o parafusito a menos, apesar de por vezes também gostar de sentir as gotinhas de água. No entanto esse parafusito a menos faz de ti alguém muito especial, de quem é impossível não gostar.Adoro pessoas com um parafusito a menos, que conseguem, tal como tu, contornar as situações e que no fim de uma conversa sobre uma chatice consegue dar uma gargalhada.
Bjinhos grandes e espero que o sol perca a timidez, quanto mais não seja para alegria do Senhor do café.
O desenho está lindo!

Diana disse...

Bela ilustração, parabéns à sua pequenita,beijinhos

Rita Carrapato disse...

Olá Teresa

Bem haja por esse parafusito a menos, talvez, o causador de aqui vir sempre com os olhos entusiasmados. Ao contrário da Teresa, acho que anda por aí muita gente desinteressante, talvez por terem os parafusos todos no sítio ou, então, a mais.

De certeza que a filhota desenhou a mãe aqui ou ali, mas nunca na praia, não é?

Beijinho

Ana Paula disse...

Todos os "parafusitos" da, professora, Teresa estão no local certo.
Acredito, sim, que a Teresa tenha uns "parafusitos" especiais que que todos, nós, deveríamos ter também.
Infelizmente, esses, não se compram ou vendem. Nascem em pessoas lindas e maravilhosas como só a teresa sabe ser.

Ana Paula disse...

Gostaria de dar os parabéns à sua filha.
A mãe: uma, magnífica, poeta. A filha: uma, autêntica, artista.

Estou impressionada, pois é mesmo assim que vejo a professora Teresa.

Beijinhos grandes à grandiosa artista.

Teresa disse...

Pois, minhas queridas amigas, se os parafusitos a menos estão no sitio certo, acho que nunca saberei. Mas também não é coisa que me preocupe minimamente.Primeiro, porque devido ao adiantado da idade já não há nada a fazer! Segundo, porque quem gosta de mim gosta assim.E para conclusão, quem não gosto é mesmo não!
Agradeço os mimos relacionados com os parafusos, os a menos, os especiais e outros que tais! E deixem-me dizer o quão é bom ter-vos como amigas. Exageradas quanto baste. Como só os amigos sabem ser e tocando a essência do que nos faz ser realmente amigos.
Concordo convosco em relação ao jeito para o desenho da minha filhota. Pessoalmente acho que saí bastante mais favorecida no desenho. E Rita, de facto ela nunca me desenharia na praia, pois sabe que gosto muito de ir à praia, mas não para a praia!
Beijinhos para todas.