domingo, 31 de março de 2013

À ESPERA DE UM DIA DE SOL




Waiting on a sunny day

It's rainin' but there ain't a cloud in the sky
Musta been a tear from your eye
Everything'll be okay
Funny thought I felt a sweet summer breeze
Musta been you sighin' so deep
Don't worry we're gonna find a way

I'm waitin', waitin' on a sunny day
Gonna chase the clouds away
Waitin' on a sunny day

Without you I'm workin' with the rain fallin' down
Half a party in a one dog town
I need you to chase the blues away
Without you I'm a drummer girl that can't keep a beat
And ice cream truck on a deserted street
I hope that you're coming to stay

I'm waitin', waitin' on a sunny day
Gonna chase the clouds away
Waitin' on a sunny day

Hard times baby, well they come to tell us all
Sure as the tickin' of the clock on the wall
Sure as the turnin' of the night into day
Your smile girl, brings the mornin' light to my eyes
Lifts away the blues when I rise
I hope that you're coming to stay

Bruce Springsteen

sexta-feira, 29 de março de 2013

POEMA PARA FUGIR À CHUVA (OU A CAMINHO DA PRIMAVERA)





Procuro um poema
para fugir à chuva…
Não pode por isso
ser um poema
sisudo, maçudo, cinzento!
Talvez, um poema
com guarda-chuva e gabardina…
Disparates! É o que é.
Guarda-chuva e gabardina
coisa mais sem graça
desprovida de sentido poético.
Mas se é para fugir à chuva
o guarda- chuva e a gabardina
dão jeito.
Tanto mais
que pode molhar-se o poema
e nada de poemas encharcados.
Encharcado só se for de poesia
mas para isso é preciso ser-se poeta
e dos bons!
Dos que não precisam
de guarda-chuva no poema
para fugir à chuva.
Já sei!
Se o poema tivesse
pernas e braços…
Com pernas e braços no poema
tudo seria mais fácil.
O guarda-chuva e a gabardina
fariam todo o sentido no poema.
Pernas e braços no corpo do poema
para vestir a gabardina
segurar o guarda-chuva
e correr a caminho da primavera.


quarta-feira, 27 de março de 2013

SONHO


( Cathy Delanssay )




Ela sabia

no fundo do mar

não existem  meninas 

de vestidinho vermelho

bordados de peixes azuis

e que usam xailinho

feito de pérolas e conchas.

Sabia. Mas não acreditava!



segunda-feira, 25 de março de 2013

PEDRINHAS NA JANELA





Piedritas en la ventana

De vez en cuando la alegría
tira piedritas contra mi ventana
quiere avisarme que está ahí esperando
pero me siento calmo
casi diría ecuánime
voy a guardar la angustia en un escondite
y luego a tenderme cara al techo
que es una posición gallarda y cómoda
para filtrar noticias y creerlas

quién sabe dónde quedan mis próximas huellas
ni cuándo mi historia va a ser computada
quién sabe qué consejos voy a inventar aún
y qué atajo hallaré para no seguirlos

está bien no jugaré al desahucio
no tatuaré el recuerdo con olvidos
mucho queda por decir y callar
y también quedan uvas para llenar la boca

está bien me doy por persuadido
que la alegría no tire más piedritas
abriré la ventana
abriré la ventana.

Mario Benedetti



quinta-feira, 21 de março de 2013

POEMA NO VASO DA VARANDA






Pela manhã semeamos poemas …

Primeiro remexemos a terra

regamos e colocamos a semente.

Agora, disseram os meninos:

- Vai ficar enroladinha

 como um bichinho de conta,

as formigas vão fazer-lhe cócegas

as lagartas vão dar-lhe dentadinhas

o sol vai rir-se para ela

e num dia de primavera vai espreitar

à janela do vaso.