terça-feira, 25 de outubro de 2011

SONHOS EM PACOTINHOS


Os sonhos de que falo nascem em pacotinhos de leite.
O leite que desde há muito tempo é distribuído diariamente nas escolas deste meu País e que parece ter os dias contados.

Leite que os professores sentem ser nalguns casos o único que alguns meninos bebem, uns por falta de autoridade e responsabilidade parental, outros porque o baixo rendimento das famílias não permite que o incluam na ementa.

Na escola todos sabem que dentro de cada pacotinho de leite além do líquido mágico que confere a quem o toma poderes especiais tais como; ossos fortes e “inquebráveis”, dentes sãos, muita energia e sorrisos…
Cada pacotinho ajuda a construir e a tornar realidade todos os sonhos que tivermos vontade de sonhar. Se sonharmos um castelo, uma casa, um barco de piratas estes podem surgir em pacotinhos de leite!

Os pacotinhos de leite são ainda utilizados para aprender matemática, inventar histórias, fazer instrumentos musicais, fantoches, cestinhas onde colocamos as castanhas do magusto as amêndoas na Páscoa ou os biscoitos que amassamos com ternura. 

Há coisas que não podemos fazer de conta que não existem que não nos dizem respeito. Mas felizmente que o sonho, a imaginação e a ternura não podem ser abolidas por decreto!


domingo, 23 de outubro de 2011

ERA UM MENINO QUE SONHAVA



Era un niño que soñaba
un caballo de cartón.
Abrió los ojos el niño
y el caballito no vio.
Con un caballito blanco
el niño volvió a soñar;
y por la crin lo cogía
¡Ahora no te escaparás!
Apenas lo hubo cogido,
el niño se despertó.
Tenía el puño cerrado.
¡El caballito voló!
Quedose el niño muy serio
pensando que no es verdad
un caballito soñado.
Y ya no volvió a soñar. Pero el niño se hizo mozo
y el mozo tuvo un amor,
y a su amada le decía:
¿Tú eres de verdad o no?
Cuando el mozo se hizo viejo
pensaba: Todo es soñar,
el caballito soñado
y el caballo de verdad.
Y cuando vino la muerte,
el viejo a su corazón
preguntaba: ¿Tú eres sueño?
¡Quién sabe si despertó

Antonio Machado – Poeta Castelhano




domingo, 16 de outubro de 2011

FLOR DE JARA


Haz descender una estrella
que bañe mi cuerpo con toda su luz.
Tráeme paisajes de encina en tus ojos
un verde pintado de azul,
limpia de nubes mi cielo,
llena mis horas de miel
tú mi lucero, mi flor de jara, ven.

Haz descender una estrella
que bañe de plata el ultimo sol
tráeme cerezas, granadas de labios,
destellos en tu corazón.
Dame tu olor de manzana
menta y tomillo en mi piel
tú mi lucero, mi flor de jara, ven.

Haz descender una estrella
que bañe la luna de otro amanecer
tráeme simiente de vida en tus brazos
la fuerza de todo tu ser
quiéreme incienso y retama,
surco y barbecho en tus pies,
tú mi lucero, mi flor de jara , ven.

sábado, 15 de outubro de 2011

INTERVALO NO CASTIGO...


Estes são os meus amigos Gonçalo e David e a história que vou contar aconteceu um destes dias no intervalo da hora de almoço…

Ás vezes almoço na escola, bom também é verdade que ás vezes me esqueço de almoçar mas isso é outra história que agora não interessa nada…

Mal os meninos saem da sala arranjo logo outras coisas para fazer e quando olho para o relógio lá se foi a hora de almoço e eu nem dei conta que precisava de almoçar.

Mas no dia desta história eu já tinha almoçado e saí da sala para ir buscar um café quando vi o Gonçalo sentado num dos bancos do corredor. Estranhei porque aquela hora todos os meninos estavam no recreio, pensei que estava indisposto ou adoentado mas o pequeno explicou-me que estava de castigo por ter falado muito e comido pouco! Claro que lhe disse que devia ter comido tudo e provavelmente ter falado menos, mas logo um pedacinho de meninice minha começou a irromper lembrando-me que também eu fiquei várias vezes de castigo por gostar pouco de comer, apesar das vitaminas e do horrível óleo de fígado de bacalhau que minha mãe insistia em receitar-me! Como eu o entendia!

O meu coração dizia-me que não podia deixá-lo ali o resto do intervalo…

Disse-lhe que ia buscar um café e já falaríamos. Tinha já decidido procurar a autora do castigo para lhe dizer que precisava da ajuda do Gonçalo na sala e não pensem que estava a arranjar uma desculpa, precisava mesmo de ajuda para uma boa conversa.

Mas quando regressei ao corredor já o David fazia companhia ao amigo dizendo-me que tinha ido buscar um jogo pois não ia deixar o seu amigo Gonçalo sozinho! Eram amigos desde o Jardim-de-infância e já estavam no quarto ano e eram todos os dias mais amigos apesar de serem muito diferentes nalgumas coisas!

O Gonçalo por exemplo, adora ler, gosta das palavras, da escrita. O David também gosta de ler mas o que o fascina mesmo são os problemas difíceis. Não sabem explicar porque são tão amigos. Nem precisam, são amigos, muito amigos porque sim! E os verdadeiros amigos sabem sempre quando deles necessitamos!

Bom, o resto do intervalo foi passado na minha sala em amena cavaqueira e brincadeira!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

PAZ DE MUSGO VERDE



No seu mundo de erva fresca
Dona lagarta verdinha
Mastiga couves e sol
E sente-se uma rainha.

Rainha de corpo verde
Do prado verde, rainha!
Mastiga couves e sol
Dona lagarta verdinha.

Tua paz de musgo verde
Teu manto de princesinha
Quem mos dera! Quem mos dera
Dona lagarta mansinha!


Maria Rosa Colaço