quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O DIA EM QUE OS MENINOS PUDERAM BRINCAR NA MINHA ESCOLA





Há coisas engraçadas, já tinha falado aos meninos de como era a minha escola primária, como se chamavam as minhas professoras e falei-lhes sobretudo de Dona Laura. A professora maravilhosa que nunca esquecerei. Dela, guardo a ternura e meiguice que tinha sempre para com todos os meninos, mesmo quando fazíamos os maiores disparates. Porque afinal, fazer disparates é próprio de meninos e muito criativo…

A minha sala de aula era exatamente igual à que encontrei hoje pela manhã, no núcleo de exposições da Fundação Alord. E eu e os meninos pudemos fazer uma viagem ao meu passado escolar. Graças à boa vontade da Rosário, nossa amiga Bibliotecária, os meninos experimentaram ser alunos e professores de outros tempos.

E eu lembrei do fascínio que era ter Dona Laura como professora…
Por momentos pareceu-me ouvi-la:
- Está um dia de neve lindo!
- Falem-me da neve. Mas por favor, não me digam, que é branca, fria…
- Não quero ouvir sobre a neve aquilo que já sei. Voem meninos, voem!



domingo, 24 de fevereiro de 2013

PORTO ESCONDIDO COM GATO DE FORA




Gatos dos Guindais
de Miragaia, da Sé…
Gatos que descobri
andando pela cidade a pé.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

À PROCURA DO AZUL DE TODOS OS PEIXES





Pela escarpa
rolam seixos
que antes de o ser
buscam o caminho do mar.

Mergulham nas águas
à procura da perfeição
à espera do sal do mar
do verde das algas
do brilho das estrelas
do azul de todos os peixes…

Ei-los agora na beirada
polidos por mil marés
desejosos de embrulhar-se
novamente nas ondas.


domingo, 17 de fevereiro de 2013

O CAMINHO... ( PRINCÍPIO DE HORIZONTE )




O caminho para a escola tinha três curvinhas…

E nele, aparecia todas as manhãs uma menina de trancinhas.

Quase sempre amuada, por causa dos vestidos que a Mãe a obrigava a usar.

Mas logo ao desfazer a primeira curvinha, a menina esquecia o vestido e ficava presa, ao voo dos pardais, às cores das florinhas que aconteciam nos muros e nas pedras do caminho.

Sempre tivera especial predileção por estas, que acontecem em lugares inesperados e quase impossíveis. Flores que voam, sabe-se lá de onde para perfumar lugares e caminhos. Como o rosmaninho. Tão deliciosamente perfumado. Adorava embrulhar-se-lhe no cheiro e pensava, que bom devia ser, dormir numa cama de rosmaninho e acordar mais perfumada que a manhã. Cumprimentando, os bichinhos de conta, as borboletas, os caracóis, as joaninhas… E todas as outras flores.

Na segunda curvinha, espreitava o lago e o jardim do palacete já em ruínas.

Debruçada sobre os olhos tristes dos peixes, tentava descobrir o fundo ao lago, talvez houvesse nele uma passagem secreta para um lugar, uma ilha, onde os peixes fossem felizes…

Do jardim, agora entregue ao passar do tempo. Restavam anjinhos desgrenhados com sorrisos de meninos esculpidos nos arbustos. Flores exóticas e raras, misturadas com as silvestres e ervas daninhas. Que mistério encerraria aquele jardim? Quem se teria passeado nele? Quem teria alimentado de felicidade os olhos dos peixes do lago? Que bom devia ter sido, ficar por ali a desfiar silêncios…

E quem teria morado na casa enorme que agora se desfazia em montinhos de pedras pintadas, que ajudavam a colorir o caminho?!

A menina adorava aqueles mistérios e os seus olhinhos de perguntar nunca se cansavam. Mas teria de apressar-se para a terceira curvinha.

Eis que aparecia a curvinha da escola. A curvinha com porta. Onde o mistério e encanto eram palavras quase proibidas. Onde, os pardais, as borboletas, as joaninhas, as florinhas e os bichinhos de conta não contavam para nada. 

Mas a menina sabia, que às vezes é tão bom ser bichinho de conta e ficar enroscadinha no quentinho da terra sem ninguém a aborrecer-nos.
A escola vale o que vale, mas todo o encanto estava nas outras curvas do caminho…

Nas manhãs, em que sentindo-se flor voava nos braços do vento e pousava na beira do lago do velho e misterioso palacete.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

HISTÓRIA DE AMOR EM PEQUENINO





O Rafael gosta da Matilde porque ela é uma Princesa Feliz!