domingo, 15 de agosto de 2010

Talvez o mar me abra a porta do infinito



Já aqui falei dos presentes originais e cheios de imaginação que costumo receber na sala de aula. Este barquinho, que é nada mais nada menos que uma folha de hera, foi-me oferecido uma manhã pelo Alexandre.

- Quando estiveres cansada de estar na praia, vais neste barco até onde te apetecer. Disse- me o pequeno.

Na altura agradeci o presente e guardei a folha dentro de um livro, só por acaso, de poesia. Só alguns dias depois, olhando a folha com atenção, reparei que tinha um barco na mão! Talvez hoje seja um bom dia para fazer-me ao mar. Irei ao sabor das ondas e do vento, quero traçar a minha carta de marear, seguindo o mapa das nuvens e das estrelas. Talvez o mar me abra a porta do infinito!” Porque há viagens que temos de fazer só dentro de nós!”


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

BARCOS...

As minhas fotos dos meus olhos-barco olhar.
Também eles com rosto, também eles garbosos, juvenis, ou envelhecidos de tanta navegação... silenciosos no seu belo falar de sussurro ondulante da Ria...















terça-feira, 10 de agosto de 2010

CECÍLIA e Eu




INSCRIÇÃO

Sou entre flor e nuvem,
Estrela e mar.
Por que havemos de ser unicamente humanos,
Limitados em chorar?

Não encontro caminhos
Fáceis de andar.
Meu rosto vário desorienta as firmes pedras
Que não sabem de água e de ar.

E por isso levito.
É bom deixar
Um pouco de ternura e encanto indiferente
de herança, em cada lugar.

Rastro de flor e estrela,
Nuvem e mar.
Meu destino é mais longe e meu passo mais rápido:
A sombra é que vai devagar.


AR LIVRE

A menina translúcida passa.
Vê-se a luz do sol dentro dos seus dedos.
Brilha em sua narina o coral do dia.

Leva o arco-íris em cada fio do cabelo.
Em sua pele, madrepérolas hesitantes
pintam leves alvoradas de neblina.

Evaporam-se-lhe os vestidos, na paisagem.
É apenas o vento que vai levando o seu corpo pelas alamedas.
A cada passo, uma flor, a cada movimento, um pássaro.

E quando pára na ponte, as águas todas vão correndo,
em verdes lágrimas para dentro dos seus olhos.

Cecília Meireles
in Mar Absoluto



domingo, 8 de agosto de 2010

Na Intimidade do Mar



Tenho passado as manhãs na praia, as tardes na praia ou no rio. Tenho levado uma vida exterior e banal. E no entanto a minha “Sombra” anda por trás de tudo isto. O sol, o mar, o rio, o céu impedem-me de cair na negrura que sobe em mim. (…)

Cá vivo na intimidade do Mar e dalguns livros queridos.

Mas o Mar, o teu “Sumo Poeta”, é o mais querido e o mais relido dos meus livros. O Mar é um livro onde toda a gente pode ler tudo: É um livro onde todos podem ler o que há de mais recôndito em sua própria Alma. O Mar é um resumo da natureza.

José Régio in Páginas do Diário Íntimo

sexta-feira, 6 de agosto de 2010


Absolutamente...Deliciosamente...Refrescante !


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Música Das Estrelas



(Miró, Estrela Cadente)

As estrelas também cantam

Cantam uma canção de embalar

sobre uma estrela que caiu

no fundo do mar


Melhor lugar não há

para ouvir essa canção

do que deitado na relva

numa noite de Verão

Jorge Sousa Braga