De todas as formas que conheço de viajar nesta altura do ano as minhas viagens preferidas, são as que faço sentada ou deitada na relva do meu jardim…
Bastam-me uns quantos livros e discos um bom pedaço de sombra e… hoje fui até à Sardenha!
Fui até lá através da música. Ouvia no meu ZEN um tema tocado por, AL DI MEOLA, um músico Americano que aprecio, o tema chama-se, NO POTHO REPOSARE, que numa tradução muito livre minha quer dizer; “Estou em completo desassossego”. Por não me soar totalmente a italiano pus-me então a pesquisar e descobri um belíssimo poema em língua sarda, a língua mais falada na Sardenha ou Sardigna além do italiano. O sardo é uma língua românica, muito próxima do latim, com influências etruscas e fenícias e de outras línguas do oriente próximo à ilha e ainda do Basco. Dependendo ainda da zona da ilha onde é falada tem umas quantas variantes. Confesso que tenho absoluto fascínio pela sonoridade e especificidade das línguas, principalmente se posso viajar nelas através da música e da poesia como pude fazer hoje à tarde sem sair da relva.
Deixo aqui as duas versões que mais gosto desta belíssima canção de amor, da qual não me atrevo a fazer tradução, simplesmente por acreditar que cada um deve ler o amor à sua medida e porque há amores que de tão belos não convém tocar!
No potho reposare amore e coro,
pensende a tie so donzi momentu.
No istes in tristura prenda e oro,
ne in dispiaghere o pensamentu.
Tassicuro che a tie solu bramo,
ca tamo forte tamo e tamo e tamo.
Si messere possibile danghelu
sispiritu invisibile piccabo.
Sas formas e furabo dae chelu
su sole e sos isteddos e formabo
unu mundu bellissimu pro tene,
pro poder dispensare cada bene.
Unu mundu bellissimu pro tene,
pro poder dispensare cada bene.
No potho viver no chena amargura
Luntanu dae te amadu coro
A nudda balet sa bella natura
Si no este accurtzu su meu tesoro
E pro mi dare consolu e recreu
Coro, diosa amada prus e Deus
E tassicuro che a tie solu bramo,
ca tamo forte tamo e tamo e tamo.
E tassicuro che a tie solu bramo,
ca tamo forte tamo, tamo e tamo.
Non posso riposare amore del mio cuore,
perché penso a te ogni momento.
Non essere triste gioiello dorato,
né dispiaciuta o preoccupata.
Ti assicuro che voglio solo te,
perché ti amo tanto, ti amo, ti amo.
Se mi fosse possibile,
prenderei lo spirito invisibile di un Angelo;
Ruberei tutte le forme dal cielo,
il sole, le stelle e creerei
un mondo bellissimo per te,
per poterti dare ogni bene
Non posso vivere, no, senza amarezza
Lontano da te, cuore amato
A nulla vale la bella natura
Se non è accanto a me il mio tesoro
E per darmi consolazione e ristoro
Cuore, fortunata amata più di Dio
Ti assicuro che voglio solo te,
perché ti amo tanto, ti amo, ti amo.
Ti assicuro che voglio solo te,
perché ti amo tanto, ti amo, ti amo.