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sábado, 21 de fevereiro de 2015

TENHO TANTAS SAUDADES TUAS PRIMAVERA!






Da janela, acenam já as magnólias floridas.

Empurradas pelo vento parecem mãos  a dizer adeus ao inverno…

Ou talvez digam como eu:

- Tenho tantas saudades tuas primavera!


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

FLOR DA INFÂNCIA





No lençol o cheiro da infância e pedaços de histórias para adormecer…

Palavras luminosas que lhe trazem à memória a história do príncipe do rio. Um príncipe que habitava as profundezas escuras das águas, tudo por causa de uma princesa má e caprichosa.

Incrível como lhe parecia ouvir a voz da sua Ana!...

Era uma vez…

Um castelo pequenino à beirinha de rio, lá dentro morava um príncipe e uma princesa.

Viviam felizes! Ambos amavam as coisas simples, como o perfume das chuvas, o nevoeiro que esconde as paisagens, as árvores, as flores… A princesa gostava especialmente das flores que trepavam pela varanda do seu quarto, tinham um perfume suave e quando anoitecia pareciam guardar dentro o sol para iluminar a noite… 

O sol! Como gostava dele a princesa! Tanto, que às vezes o seu sorriso era parecido com ele!

O príncipe estava completamente rendido ao seu rasto luminoso e à sua cabeleira de cometa…

Ela gostava sobretudo desta parte da história, depois claro, vinha a parte triste…

O príncipe era raptado pela princesa das águas numa noite de lua cheia quando dava um passeio pelas margens. Esta era” má como as cobras” e estava apaixonada pelo príncipe.

Prendeu-o no fundo do rio até que a amasse, mas volvidos vários anos sem lograr os seus intentos, soltou o príncipe que depois de tanto tempo nas águas escuras do rio já não conseguia ver a luz do sol e a sua princesa. Esta, quando o príncipe desapareceu foi-se apagando até se transformar numa das flores da varanda, o único sol que o príncipe consegue ver quando sai do rio para passear em noites de luar…

Não sabia porque gostava tanto desta história!

Talvez, porque lá fora na varanda trepam as flores da infância…

Ou porque no travesseiro onde pousa a cabeça, há um mapa que a faz” voltar para trás pelo caminho dos sonhos…”

sexta-feira, 13 de junho de 2014

QUADRA MEIO SÉRIA


     Willy Ronis



Não sei se alguma vez te pedi

Mas se não, vou-te pedir:

- Por favor nunca me digas

o que sabes que quero ouvir.

domingo, 8 de junho de 2014

HAVIA UMA MENINA





Havia uma menina debaixo 

da cerejeira


tinha tranças

e um vestido  cheio de nuvens muito brancas

nuvens de maio e junho

e na mão um cestinho de vime


no cesto estavam conchas

apanhadas numa tarde de verão

conchas que guardavam histórias antigas


histórias que caíam no chão

sempre que abria as mãos

e se misturavam com as raízes da cerejeira


dizem que no fundo cesto guardava ainda

várias mãos de sonhos

que gostava de espalhar no vento

e no infinito das nuvens do vestido


dentro do cesto da menina

o sol vermelho das cerejas

azulava-se de mar

e as cerejas eram afinal

apenas conchas com silêncio por dentro



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

REFLEXO


                        Brassai



No lago

O reflexo do barco

Que os olhos sonham…

Eu dizia:

- Quando crescer quero um barco de morar!

Quero céu e mar no horizonte

Quero…

Tu abraçavas-me e rias

E eu tinha a certeza

Que algures no horizonte dos teus olhos

Havia um barco de morar…

Um barco que a chuva apagou

Ou o vento levou para longe.