segunda-feira, 7 de junho de 2010

LIVROS AO SOL


Num fim-de-semana onde todos os caminhos no Porto vão dar a Serralves, escolhi dar um salto à Feira do Livro.


Claro que gosto de Serralves, tem uns jardins belíssimos, um museu interessante, boa comida e uns chás óptimos. E eu que até sou amiga de Serralves, perdi Serralves em festa! Conheço as edições da festa de outros anos, e devo dizer que adorei! Mas a ideia de encontrar por lá milhares de pessoas, assustou-me e fez-me desistir da ida. Acho que hoje preferia Serralves, simplesmente Serralves!


Decidi portanto ir à Feira do Livro. Se estavam milhares em Serralves, na Avenida dos Aliados estariam pouco mais de uma centena de pessoas, o que facilitava a circulação pelos vários pavilhões da feira, sem pressas, sem empurrões, tanto mais que hoje a temperatura estava agradável. Sim, porque quando está muito calor, o melhor mesmo, é visitar a feira à noite sob pena de se apanhar uma insolação ou golpe de calor, algo que a protecção civil desaconselha vivamente!


Quem lembra a Avenida de outrora, antes de aparecerem por cá uns Senhores, que se dizem Arquitectos, mas que mais não entendem do que da “arte de esbardanar” a cidade - Os Flinstones modernos, lembra, uma Avenida com jardins, árvores e calçada portuguesa. Uma avenida onde era agradável passear, os jardins coloridos, a sombra das árvores e os desenhos da calçada portuguesa davam-lhe, uma beleza e um estilo muito peculiar. A Avenida “tinha alma”.



Hoje, os jardins desapareceram, talvez para poupar os salários dos jardineiros, ou diminuir a conta da água! As árvores que a circundam, são pequenas e frágeis, como se recusassem crescer em jeito de protesto, e o cimento, esse é o rei da nova Avenida! Mas eu, e mais uns quantos Portuenses é que não conseguimos ver a beleza da nova Avenida, tão ao jeito do que se faz por essa Europa fora, dizem! Como dizia, hoje não estava muito calor, mas se estivesse, sempre teria a sombra, feita pelos vários pavilhões da feira.


Quanto aos livros, há muitos, para todos os gostos e preços. As minhas escolhas versaram a poesia, a de Neruda e uma colectânea de poesia sobre o Porto.


Antes do "Fred" e do "Barney" da arquitectura portuense terem"filinstonado" a nossa querida Avenida!

1 comentário:

Paula Ferreira disse...

Saudades! do nosso oásis verde, que nos permitia respirar "aquele" ar puro...
continua a ser nosso Porto, só que agora bem mais triste, pesado e sombrio!