“UMA CASA E UM QUINTAL MAIORES QUE O MUNDO”

A semana começou desenhada a chuva. Mas por aqui sabemos que há coisas que se veem melhor nos dias de chuva…

E foi a propósito da história de um pequeno caracol e da sua família, que resolvemos procurar os mesmos no nosso quintal.

E lá estavam eles! No canteiro dos agapantos que coitados, já conheceram melhores dias…

Levamos alguns para a sala para desenhar, claro que os devolveríamos mais tarde ao canteiro.

Só uma caracoleta se mostrou disposta a colaborar, passeando-se na mesa e por sobre o livro, os restantes recusaram-se a sair da casca. Pior para eles que não puderam como a Rosita, (nome com que os meninos batizaram a pequena caracoleta), passear-se nas páginas do livro e conhecer a história que os meninos adoraram.

E depois de termos passado a manhã à volta dos caracóis, eis que aparece na sala, UM SAPO!

É verdade que mora um sapo no nosso quintal, mas também é verdade que não se deixa apanhar… Há sapos assim, difíceis! E talvez por nos ver tentar sem sucesso apanhar o sapo do nosso quintal, a Professora Nicole, deixou de presente um sapo do seu quintal na minha secretária!

E depois de termos aprendido sobre sapos tudo o que pudemos…

Deixamos o sapo ir à sua vida.

VIAGEM " AO DENTRO DO MAR "

Aqui na sala já todos fomos à praia. Sabemos das cores do mar, dos seus jardins…

Lembramos com saudade a visita à escola da praia e as nossas amigas biólogas, Marina e Elsa, com quem exploramos as poças de maré.

Dessa visita guardamos ainda as conchinhas, estrelas-do-mar, búzios, carapaça de caranguejo, de ouriços… Coisas que os meninos resolveram “desarrumar” esta manhã.

Mas o que nenhum de nós tinha ainda experimentado foi um” mergulho ao meio do mar”. E digo ao meio do mar, porque como muito bem me explicou o Rafael;” o fundo do mar é muito comprido e escuro e não se sabe onde acaba!”

E foi com a ajuda da Raquel Gaspar, bióloga amiga, do Centro de Ciência Viva de Lisboa e excelente contadora de histórias, que fizemos o nosso batismo de mergulho no mar mais maravilhoso e imprevisto. O nosso.

Pegando na história da Menina do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen, a Raquel inventou uma outra, Os Amigos da Menina do Mar, que somos todos nós, os que gostamos e respeitamos o mar e leva-nos numa viagem pelo meio do mar da nossa costa.

Depois de mergulhar no livro da Raquel com belíssimas ilustrações de Ângelo Encarnação, foi fácil pintar o mar por dentro, colocar o sonho nuns óculos de mergulho e inventar….

HISTÓRIAS PARA ENCANTAR DE ONDE SAEM FADAS A VOAR

Uma boa história deve produzir em nós o encantamento e maravilhamento! Digo eu, pois a minha profissão vive de histórias. De boas histórias, é que tenho de contá-las aos maiores especialistas em histórias que conheço, os meninos!

Felizmente que há livros de boas histórias.

Histórias que se “recolhem aqui para logo ir contar ali”, como fez o escritor, José Fanha, no seu belíssimo livro,” Histórias para contar em Noites de Luar”.

Deste livro já tinha contado aos meninos, “A Estrela que caiu no Mar”. Adoro esta história, tanto mais que a estrelinha da história tem o nome da minha avó. Mas confesso que é difícil escolher do livro uma história preferida. Todas elas são histórias para contar e encantar em qualquer lugar mesmo que não haja luar!

São também histórias para todos os gostos e idades nas palavras do autor.

E entre um imperador da China, uma máquina que apanha poetas, estrelas do ar e do mar, circos de livros e palavras com domadora à altura, crocodilos, reis, rainhas, príncipes e princesas. Eis que surge uma fada.

(…)

Era linda a fada Florência. Tinha malmequeres no cabelo, tinha asas de libelinha cheias de reflexos e brilhos, tinha olhos cor de mel.

Foi depois de ouvir as palavras com que o autor desenhou a fada que surgiram as fadas dos meninos. A provar que dos livros e das histórias saem muito mais que palavras. Claro está, quando as histórias conseguem produzir encantamento e maravilhamento!