terça-feira, 27 de julho de 2010

Cartas




Sempre gostei de receber e escrever cartas.
Daquelas que chegam pela manhã com envelope, onde está escrito, o remetente, o destinatário e têm selo e tudo! Ah, não sabem do que falo? É natural, hoje tirando as cartas que vejo os meninos escrever ao Pai Natal, que segundo consta é o único que continua a receber montes delas, que se saiba não porque se recuse a aderir às novas tecnologias, mas porque os meninos acreditam, que só escrevendo uma carta os seus pedidos serão atendidos. Hoje não se escrevem cartas. Cartas, como as que guardei e reencontrei hoje na gaveta de um armário.
A precisão da caligrafia, o estilo pessoal, o tempo e a dedicação com que eram escritas, fazem claramente, parte do passado.
Hoje quando muito recebemos, cartas dos seguros, da companhia da electricidade, da água… Cartas impessoais e maquinais.
E as outras? As de amor, as ridículas, as que davam conta de estados de alma? As que eram escritas sem corrector ortográfico, consultando apenas o velho dicionário em caso de dúvida?
Todos sabemos como deixamos que fossem substituídas, por formas de comunicação que não deixam rasto, mensagens curtas, rápidas, etéreas.
Como era bom ver chegar o carteiro, com a carta esperada, ou melhor ainda com uma inesperada!

1 comentário:

Paula Ferreira disse...

Admiro, esta sua capacidade, de dar vida ás palavras.
Ao ler o seu texto, é impossivel não parar para refletir...