domingo, 29 de dezembro de 2013

MEDO DE MORRER SEM TI





O médico dissera que lhe parecia coisa de gente sensível. Coisa de para quem o natal já não é o que era…

Ela sabia-o…

Mas teve medo!

Medo de não ter tempo de dizer tudo. (embora não saiba como se faz.)

Medo de não olhar mais o horizonte da janela

De ficar ali entretida a descobrir quão longe fica o longe

De correr na praia, voar na brisa…

Teve medo…

De não colocar mais o colar de conchas e fingir-se sereia…

De não mais se aninhar nas rochas a decifrar o vento

De não mais experimentar coisas que só se sentem em abraços

Mas o seu maior medo

Era o de não ter escrito na areia:

-Hoje, tive tanto medo de morrer sem ti!

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

ANJO SEM PRESÉPIO


 Francesc Català Roca




Perdeu-se o pobre do anjo
coitado não sabe o caminho
perdeu o mapa da gruta
onde está Jesus Menino

Fartou-se de olhar o céu
à procura de uma estrela
mas havia tantas nuvens
que não o deixaram vê-la

E agora o que faria
já farto de andar à chuva
sem estrelas e sem mapa
a quem pediria ajuda?

Sentou-se então o anjinho
sentou-se e pôs-se a pensar
não é por faltar um anjo
que não se faz o Natal!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

JANELA COM VISTA PARA O SILÊNCIO




No recreio ocupam agora os pássaros o lugar dos meninos.

Por entre os galhos despidos das árvores é vê-los saltitar, num silêncio de asas e chilreios…

O silêncio não tem hoje gritos e risos de meninos, só o das árvores vestidas de pássaros, do orvalho que acaba de acordar e se espreguiça preguiçoso no corpo das ervas…

E há também um silêncio de vento que faz tilintar os sinos da coroa que os meninos colocaram na porta da escola antes de deixarem o recreio entregue aos pássaros.

Dentro da sala não há silêncios de olhos curiosos nem sorrisos solares por isso, a professora debruça-se agora nos silêncios dos fios de fumo que saem das chaminés das casas e que parecem tecer cachecóis que as árvores enregeladas vão pondo ao pescoço…

 Não tarda que se oiçam todos os silêncios com que o inverno há-de cobrir o recreio… até que o silêncio volte a ter gritos e risos de meninos



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A ÁRVORE DOS SAPATOS DO PAI NATAL





É verdade que a partir de hoje temos no jardim do nosso Jardim, a árvore mais cobiçada por todos os que acreditam no Pai Natal.

Mas o melhor mesmo, é começar a história pelo princípio e contar como conseguimos ter no jardim uma árvore repleta de sapatos do Pai Natal.
Bom, a culpa é do escritor José Fanha, que escreveu a história de onde saíram os sapatos e da Mariana que levou a história para a sala depois de uma visita da carrinha da biblioteca.

Depois de ouvirem a história, os meninos queriam que eu os ensinasse a fazer os sapatos do Pai Natal. Mas não queriam uns sapatos quaisquer, tinham de ser iguais aos que a Sandra Serra, ilustradora da história tinha inventado! 

Tive de confessar aos meninos a minha falta de jeito nestas coisas de sapatos! É que os meninos não queriam desenhos de sapatos, queriam sapatos a sério! O que tornava as coisas ainda mais difíceis!

Foi então que me lembrei de pedir a ajuda da Fernanda.

A Fernanda é ceramista conceituada e minha amiga. Ela saberia como fazer aparecer os sapatos a sério do Pai Natal.


E numa manhã muito divertida, lá aprendemos a fazer sapatos de Pai Natal!

Que depois dos meninos terem comparado com os da história e aprovado, foram ao forno e voaram diretamente para a árvore que a partir de hoje é conhecida por todos, como a árvore dos sapatos do Pai Natal.




sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

FOLHAS COMO PEIXES





E as folhas de outono pedem ao vento
que as empurre para o lago e as transforme em peixes.