A ideia era sair para o
jardim, procurar um pedaço de sombra e demorar a tarde num livro.
Mas ao passar pelo lago logo os meus
olhos se detiveram numa pachorrenta rã que estendida numa folha de nenúfar
apanhava sol.
O lago estava lindíssimo,
cheio de flores “de água “, como costumava chamar na infância aos nenúfares e
de pequenos juncos que ondulavam ao vento e onde duas libelinhas se penduravam
num terno abraço.
O lago sempre exercera
em mim enorme fascínio, sempre gostei de ler nele a calma das rãs esticadas ao
sol, o suave bailado das folhas e flores aquáticas, os saltinhos dos peixinhos
laranja que o povoam, o namoro das libelinhas e em tempos soube até ler os
segredos que o vento escrevia na água…
Meus olhos procuravam a
sombra, mas deparavam-se com as flores maravilhosas e de cheiros deliciosos.
Dálias cheias de folhos e nervurinhas, brincos de princesa, mas meus olhos
sempre acabavam por esbarrar na simplicidade infinita dos malmequeres meus
preferidos.
E de livro atrás, ler
no lago e nas flores do jardim revelou-se tão importante, que o livro ficou
mesmo para trás.
2 comentários:
Os olhos dos poetas observam com a alma.
Os olhos dos poetas conseguem ler a natureza. Motivo pelo qual o livro ficou atrás.
Os seus olhos, Teresa, mostram-nos que o belo está tão próximo de nós. Não tem preço!
Só nos resta observar, com olhos de ver!
Beijinhos.
Está lindo o teu lago e o teu jardim!Só mesmo tu para descobrires namoros de libelinhas, rãs esticadas ao sol,folhos nas dálias e claro, renderes-te à simplicidade dos malmequeres!Eu sei, estou sempre a dizer a mesma coisa, mas não me ocorre mais nada; Que lindo, Amiga!E assim, que vontade de demorar a tarde!
Beijiiiiiiiinhos!E quando voltares à praia avisa, talvez te faça uma visita.
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