domingo, 27 de fevereiro de 2011

Embrulhada na Maresia

Se a vissem assim tão quieta a mãe e a Ana diriam que estava doente, mas não, hoje decidira simplesmente olhar o mar da janela. Apesar do sol, o vento forte e o mar furioso não convidavam a passeios pela praia, até as gaivotas tinham voado para longe, o mar era esta tarde o dono incondicional da praia e ela ficaria ali da janela a ouvi-lo como fazia em tantas outras ocasiões. Não que não lhe apetecesse embrulhar-se de vento e sentir a espuma das ondas bater-lhe na cara, mas sabia que quando o mar toma conta da praia o mais prudente é ficar longe. Talvez amanhã o mar dê tréguas à praia. Se assim for a praia estará cheia de pequenos tesouros, conchas raras de mil cores e feitios, estrelas-do-mar que só dão à costa depois das tempestades, pedrinhas de tantas cores e tão polidas que nelas reflecte o sol as cores do arco-íris. Talvez pudesse com as algas fazer um xailinho para aconchegar os ombros e depois deitar-se na areia e ficar ali embrulhada na maresia.

2 comentários:

Rita Carrapato disse...

O que a tempestade pode deixar ver!
Mar, vento, tempestade, calmia... fez-me lembrar um pequeno poema de uma ex-aluna de 9 anos. Partilh-o consigo, Teresa.

"O mar é sereno
e quando vêm aquelas tempestades enormes
ele fica nervoso
como um rei exaltado.
Mas… com a companhia da brisa
o mar acalma e dorme em paz."

Um beijinho

Anónimo disse...

Simplesmente...marítimo.
Neptuno adora esta escrita, cara Colega.
Lê-la é respirar fundo!