domingo, 26 de setembro de 2010

História de um dia que começou com nuvens e acabou cheio de sol


Esta é a história de um dia que começou como tantos outros. Tantos outros de sol com algumas nuvens à mistura.

Tinha acabado de chegar à minha escola nova, os meninos também eram todos novos e tão pequeninos, que partia o coração tirá-los do colo das mães.

Ainda mal nos conhecíamos, os pequenos que vinham pela primeira vez à escola olhavam-me expectantes, desconfiados e algo tristes, alguns muito tristes até, por não entenderem bem porque tinham de estar ali com gente que não conheciam de lado nenhum.

Foram poucos os que consegui seduzir com a música que escolhi para começar o dia.

Por mais que os acolhesse no colo e os envolvesse em abraços, não conseguia acabar com a sinfonia de choro e grito… confesso, estava a ser uma manhã difícil!

Ah! Esqueci de dizer, que a minha escola nova não tem mar ao fundo. E isso é muito importante para o que vou contar a seguir!

A escola fica ao lado de uma quinta. Os carneirinhos e as ovelhas e cabras bem como os patos, já me haviam ajudado a ultrapassar outras manhãs igualmente difíceis, mas o que eu nunca imaginei era que nesse dia, um galo viria em meu socorro!

Estávamos então na parte da sinfonia inacabada para choro e grito, lembram-se?

Quando de repente…. Pela porta que dá para o recreio, entra um galo!

Olhos e bocas de espanto os meninos fizeram silêncio por momentos, para logo desatarem a correr atrás do galo. O pobre do animal quando viu uma turma inteira correr na tentativa de o apanhar, fugia sem norte nem sul pela sala, conseguindo encontrar de novo a porta fugiu para o recreio. A perseguição continuou, suponho que na cabeça do galo por momentos deve ter passado a ideia de que iria talvez virar canja para o almoço. Sobretudo quando consegui agarrá-lo e arranquei muitas palmas das mãozinhas dos meninos.

Ao principio parecia assustado, mas depressa percebeu que os meninos só queriam conhecê-lo e fazer-lhe umas festinhas. Combinamos então pô-lo no chão para que o galo pudesse ir à vida dele, antes que tivesse encontrado o lugar por onde entrou, o Rodrigo despediu-se assim:

-Adeus galo Xico, amanhã vou trazer milho para comeres!

O galo olhou para trás como se tivesse aprovado o nome e percebido a mensagem e desapareceu entre a folhagem.

Resta dizer que o dia girou em torno do galo Xico. O galo que escreveu esta história tão simples, mas verdadeira.



1 comentário:

Rosa Maria disse...

Que lindo!
Um amigo chega sempre na hora H. Nem que ainda não saiba que o é, mas vai ser!
Quem sabe se um dia também eu vou conhecer o galo Xico.

Beijinhos para todos.

Parabéns o galo Xico ficou muito giro na história.