quarta-feira, 31 de março de 2010
MARÇO DE MARÉ...
De Actividades, de sonhos, de paisagens, de aprendizagens minhas com ELES! E fotos de marés e dessa Vila Chã que adoro e... GNR e Trenet, Casimiro de Brito.
Repleto de alegria o meu ovo de Páscoa!
domingo, 28 de março de 2010
O Inverno apaixonou-se pela Primavera!
Quem falava era o Hugo.
- Já reparaste, um dia está sol e quentinho e no outro, faz frio, chuva, vento. Até o mar “está cheio de furioso!”
De facto todos tínhamos reparado, mas nunca me ocorreria que tal se devia á súbita paixão do Inverno pela Primavera!
- Eu acho que eles estão muito apaixonados. Dizia ele convicto.
- A i, sim! E então como é que eles namoram?! Perguntou o Alexandre.
- Olha, passeiam, fazem festinhas um ao outro, e dão beijinhos. Respondeu.
Começava a ficar completamente fascinada com a história.
Acho que todos já estávamos a imaginar, o Inverno a passear de mãos dadas a Primavera, ou seria ao contrário?
- Mas isso vai ser um problema. Quem falava agora era a Inês.
-O Inverno é frio. Velho e escuro.
-A Primavera é mais quentinha, tem cores bonitas, anda sempre contente, os passarinhos e as flores gostam do cabelo dela!
-Mas o Inverno sabe fazer sopa, chá e torradas, para ela comer. A professora disse que ela gosta! Era a voz da Sara.
-Confesso que não me lembrava, mas devo ter dito. Aliás, duvido que haja alguém capaz de resistir a uma sopa quentinha e a um chá com torradas. Nem mesmo a amena Primavera.
- E ela pode dar flores e “ar com cheirinhos” ao Inverno. Assim ele fica logo” com cara de risos!” Concluiu a Luana.
Se é verdade que a história podia continuar. Os meninos decidiram desenhar a Primavera e o Inverno a namorar à mesa do chá!
A mim pareceu-me uma óptima ideia!
Afinal, que Inverno não deseja uma Primavera para namorar?
E que Primavera não precisa da paixão do Inverno?
terça-feira, 23 de março de 2010
Mar…Azul “em abuso de beleza”!
"Os rios corriam às curvas e curvinhas até chegar ao grande azul para onde entornavam o seu azul fininho que ia fazer com que o azul grande ficasse ainda maior."
"O azul tomou conta de tudo à sua frente."
"(…) viu-se envolvida em azul, um azul frio, transparente e de muitas tonalidades. Era o mar."
José Fanha, in Histórias Para Contar em Noites de Luar
segunda-feira, 22 de março de 2010
CANÇÃO DA BABÁ
A lindíssima poesia da Cecília Meireles, a voz suave e terna da Lena d'Água e deu-me para...
Acho que a minha miudagem vai adorar!
Eu queria pentear o menino
como os anjinhos de caracóis.
Mas ele quer cortar o cabelo,
porque é pescador e precisa de anzóis.
Eu queria calçar o menino
com umas botinhas de cetim.
Mas ele diz que agora é sapinho
e mora nas águas do jardim.
Eu queria dar ao menino
umas asinhas de arame e algodão.
Mas ele diz que não pode ser anjo,
pois todos já sabem que ele é índio e leão.
(Este menino está sempre brincando,
dizendo-me coisas assim.
Mas eu bem sei que ele é um anjo escondido,
um anjo que troça de mim.)
domingo, 7 de março de 2010
"As coisas que não existem são mais bonitas"
VII
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a
criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona
para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele
delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer
nascimentos ___
O verbo tem que pegar delírio.
Manoel de Barros
In “O Livro das Ignorãças”