(imagem retirada da web)
Hoje as palavras são velozes
e despidas de tinta e papel.
Por isso, esta é só
uma carta inventada. Uma carta onde desenho palavras no papel.
Palavra, onde um ou
outro borrão de tinta convivem com a gramática e conferem à carta mesmo que
inventada, o perfume que o tempo há-de guardar…
Esta é ainda uma
carta, que vai à boleia no vento.
Por agora, as
condições atmosféricas permitem que vá esta por avião.
Só espero que não haja
agravamento do estado do tempo…
Se chover, as palavras
naufragarão num mar de tinta e esta não mais será do que uma carta inventada,
perdida.
Carta perdida em mar
de tinta. E nunca mais, carta por avião.
Falaria a carta de coisas
pequenas. Afinal não tenho mais nada para te dar.
Só coisas pequenas…
Ah! E depois de escrever
todas as coisas pequenas. Teria de treinar a pontaria.
Senão, como entrariam
as palavras em avião de papel pela tua janela?!
E da minha janela à
tua, ainda vão três mãos cheias de lua…