quarta-feira, 29 de maio de 2013

CARTA POR AVIÃO


(imagem retirada da web)


Hoje as palavras são velozes e despidas de tinta e papel.

Por isso, esta é só uma carta inventada. Uma carta onde desenho palavras no papel.

Palavra, onde um ou outro borrão de tinta convivem com a gramática e conferem à carta mesmo que inventada, o perfume que o tempo há-de guardar…

Esta é ainda uma carta, que vai à boleia no vento.

Por agora, as condições atmosféricas permitem que vá esta por avião.
Só espero que não haja agravamento do estado do tempo…

Se chover, as palavras naufragarão num mar de tinta e esta não mais será do que uma carta inventada, perdida.

Carta perdida em mar de tinta. E nunca mais, carta por avião.

Falaria a carta de coisas pequenas. Afinal não tenho mais nada para te dar.

Só coisas pequenas…

Ah! E depois de escrever todas as coisas pequenas. Teria de treinar a pontaria.

Senão, como entrariam as palavras em avião de papel pela tua janela?!

E da minha janela à tua, ainda vão três mãos cheias de lua…



1 comentário:

Lídia Borges disse...


Linda, esta prosa que viaja nas asas da poesia.


Um beijo