Era uma vez um cavalo…
Ou melhor, era uma vez uma égua chamada “Nahora” que vivia numa das estantes da biblioteca do meu Avô. Sim eu sei, as éguas e os cavalos não vivem dentro de casa e muito menos em cima de estantes carregadas de livros, mas Nahora era uma égua de cristal muito transparente, polido como diria a tia Zélia que a trouxera duma das suas viagens para oferecer ao Avô.
Afinal a história não tem nada de especial! Uma égua de cristal no meio de livros, um simples objecto…
Está-se mesmo a ver, por artes mágicas ou outras Nahora vai saltar da estante, quem sabe ganhar asas… e eu pergunto onde é que já li isto?!
Nesta altura da história estou a pensar como deve ser difícil para quem escreve histórias a sério inventar verdades que convençam as pessoas a continuar a ler, sim porque ninguém vai perder tempo a ler uma história que já foi escrita.
Mas como eu não escrevo histórias a sério só porque me apetece não estou preocupada se ninguém a ler, além do mais esta é só uma história minha se ninguém a ler ela continua minha, engraçado que se por acaso alguém ficar curioso e resolver lê-la ela continua a ser minha, ou não? Talvez seja minha, tua, de quem a apanhar, quer dizer de quem a ler…
Ah, esqueci-me de dizer que ao final da tarde quando o sol entrava pela janela da biblioteca para se despedir, Nahora deixava de ser transparente para ganhar todas as cores conhecidas e desconhecidas, principalmente as desconhecidas.
E foi esta história pequena que lembrei hoje enquanto estava com os meninos no Clube Hípico de Campo, Valongo.
Eu sei, não é uma grande história, mas quem decide afinal o tamanho das nossas histórias?!