domingo, 23 de janeiro de 2011

AS MINHAS JÓIAS...


Gosto de jóias raras, de preferência cheias de pedrinhas de afecto e que adornem por dentro. Jóias que são assim como um nó de ternura, bem dentro do coração. Como alguns dos meus livros, aqueles a que volto sempre e não trocaria por nada de nada!

Livros que fazem parte de mim, que são como amores que ficam para sempre, porque conseguem manter o encantamento de quando os lemos pela primeira vez ou mesmo aumentá-lo, quando a eles voltamos. Livros que nos tornam melhores porque nos mostram o que de melhor há dentro de nós.


E hoje apetece-me falar de uma das jóias mais raras que tenho na minha biblioteca. O primeiro livro que li por mão própria e que me foi oferecido por meu Avô.


Na dedicatória que escreveu o Avô dizia; “… Um grande grande livro, grande à tua medida…” Bom, que é um grande livro não tenho qualquer dúvida, que continua a encher-me as medidas, também não, quanto à minha medida o avô foi sempre exagerado!


A minha jóia mais rara chama-se, O PALHAÇO VERDE, ou o PALHAXO VÊDI; ou ainda, O PALAÇO VEDE, depende da idade que tenhamos e é um livro grande e maravilhoso da escritora, Matilde Rosa Araújo.


O livro fala de um circo magnífico que bem podia ser o circo da vida. Que será sempre mais maravilhoso e fantástico tanto quanto nós queiramos… Os donos deste circo são, Dona Esperancinha e o Senhor Forças, o casal ideal para dirigir um circo. Que circo conseguiria viver sem Forças e Esperancinha? Há ainda a menina Flor, filha dos donos do circo, tão pequena e delicada como são de resto todas as flores que dão cor e perfume à nossa vida. Um cãozinho, castanho e fininho chamado Zero. Juju e o seu cavalinho branco de nome “Luar”, o Senhor Fumo o ilusionista e o Palhaço Verde.


O Palhaço mais maravilhoso e especial que conheço.

(…) Tinha um nariz muito grande e uns olhos que brilhavam como estrelas. E no peito um coração de oiro – os olhos brilhavam como estrelas porque ele tinha um coração de oiro. E as mãos, quando estavam fora das luvas grandes, eram grandes, isso eram, mas meigas e bonitas.

O Palhaço era bom. Sonhava muito. Sonhava que no mundo todos deviam ser bons, alegres, bem dispostos. (…)


Engraçado, que sonhei tantas vezes encontrar um Palhaço como este, ou melhor, pessoas que fossem tal e qual o Palhaço Verde e não é que encontrei!


O livro está cheio de palavras encantadas, mimentas como lhes chamaria a Avó Mila. Leiam-no, deixem-se encantar, ousem sonhar e quem sabe o Palhaço Verde não se torna numa das vossas jóias mais raras e preciosas!


4 comentários:

Anónimo disse...

AI! só tu para me fazeres saltar as lágrimas dos olhos....
com as tuas palavras e livro recordado da minha ""piquinês"" que minha mãe me lia!!!palhaxo bede
PARABÉNS e OBRIGADA pela lembrança e pelas lembranças através das tuas palavras EU
vou procurar o livro.....para reler!!!OBRIGADA, EU

Anónimo disse...

Sem dúvida, o Palhaço Verde deveria fazer parte de nossas vidas. Todos seríamos, muito, mais felizes se tivéssemos uma Esperancinha e um Forças dentro de nós.
Obrigada, continue a assim. Que eu, continuarei a ler as suas histórias e a deliciar os meus filhos com elas.

Anónimo disse...

A leitura sempre fez parte de minha vida. Sempre me fez sonhar. Transmiti este hábito ao meu filho Gonçalo. Juntamente comigo, o Gonçalo transmite este hábito ao seu irmão mais novo: o meu filho Diogo.
Obrigada, mais uma vez, e um bem haja.

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Teresa

Que grande falha a minha, não ter esse excelente livro na minha biblioteca "infantil" em casa. Vou ver se reparo esse erro.

Foi doce em algumas das minhas aulas.

Um beijinho