sábado, 4 de janeiro de 2014

CARTA DE MAR (FORA DE MODA)


( Imagem retirada da web)




Pensei escrever-te uma carta. Uma carta CARTA, dessas que se escrevem com papel sépia, (a minha cor de papel de carta preferido), dá à carta um certo estilo. Bom, isto do estilo foi o Avô Miguel que me ensinou, segundo ele, as cartas têm de ter um estilo próprio. O estilo de quem as escreve… E claro, ainda segundo o Avô, uma boa caneta e disse; caneta, determinante na execução de uma boa caligrafia. Mas ora aqui está um ponto em que sou obrigada a discordar do Avô. É que ele há caligrafias que não melhoram com a qualidade da caneta, a minha por exemplo, revela-se quase elegível e segundo o meu velhinho professor de literatura, a diferença entre a minha caligrafia e uma galinha a esgravatar seria quase nula. E aqui sim, a qualidade da caligrafia era bem importante, não fosse a morada ilegível devolver a carta à procedência ou mesmo faze-la viajar até outras mãos que não as tuas.

E o que eu gosto de pensar, que a carta escrita pelas minhas mãos toca as tuas…

Bem sei, para quê escrever uma carta, carta quando podia utilizar uma rede social qualquer?!

Ou um dos tantos meios que a tecnologia põe à minha disposição?

Não sei se já te disse, mas sou completamente avessa às redes sociais! Os meus amigos dizem que é teimosia e talvez mania de ser diferente… Ou as duas! Pois eu digo, que não me fazem falta! Não me apetece! Detesto afetos em rede, vãos e ocos…Pode ser que não sejam todos…

Não estou nadinha interessada em fazer parte das partes da rede!

E seja qual for o meio eletrônico escolhido são todos voláteis e descartáveis.

Claro, eu ia falar-te da minha praia, que estava hoje pela manhã revirada do avesso…

No areal molhado e remexido pela força das ondas, só se viam destroços das várias inutilidades com que nós humanos vamos brindando o mar…
Destroços e conchas partidas…

Das gaivotas nem sinal, que estas andam longe quando a força do mar estremece a praia…

E hoje também não era um bom dia para procurar beijinhos do mar, estes são raros, (como os teus), nesta época do ano. Já na primavera, podem apanhar-se aos molhos na beirada…

Além de que seria uma total imprudência passar hoje do meio do areal…
Por isso, voltei cedo para casa e pensei na carta a sério…

Sim, sim todas estas palavras eram desnecessárias. Bastava tirar uma foto da praia e enviá-la num simples toque de telemóvel… ou coloca-la no facebook ou…

Mas com sentirias as minhas mãos perfumadas de mar nas tuas apesar da minha horrível caligrafia?!

4 comentários:

Anónimo disse...

Fora de moda?.Talvez, mas a sensibilidade está toda na sua
escrita. Os seus textos são poesia.
Adoro o que escreve!
Um bom ano.
M.Júlia

Anónimo disse...

Espero que goste!

http://youtu.be/hpXuLwomaiA
M.Júlia

Teresa disse...

Obrigada M.Júlia, pelas palavras e pelo mimo!
Conhecia a canção na voz de,Mercedes Sosa.É bom recordá-la também na voz melodiosa de Soledad Bravo!

Bem Haja!E Bom Ano também para si.

Júlia disse...

Eu posso atestar da tua horrível caligrafia.Sempre que me emprestavas uma sebenta tinha de devolvê-la de imediato por não entender nada! Mas também posso falar da qualidade da tua escrita e das tuas qualidades como ser humano!
Tu dizes sempre que não és o teu Blogue, mas quem te conhece não acredita!
Em 2014 conto contigo, igualzinha e com esse sorriso feliz que é a tua imagem de marca!

Beijinhos, AMIGA!