UMA HISTÓRIA QUASE NA PRIMAVERA

Era uma vez

EU

TU

E uma história

Quase na PRIMAVERA.

 (Foto tirada num passeio no intervalo da chuva no jardim da Avó da Leonor, onde os meninos descobriram em pleno inverno, um cantinho de primavera. E que serviu de mote para a realização de trabalhos de plástica e jogos de linguagem.)

MORADA

Pudesse eu morar nos teus braços

tal qual as formigas

que se aconchegam

nos troncos das árvores

à espera da primavera.

GUARDA-CHUVA PARA ACABAR COM O MAU TEMPO

(Imagem retirada da web)

Abri o guarda-chuva

para te encontrar

imaginei que chegavas

para me abraçar.

Abri o guarda-chuva

chovia luar

tu davas-me a mão

para passear.

Juntos de mãos dadas

crescia o calor

já o meu guarda-chuva

mudava de cor…

Abri o guarda-chuva

estava vazio

foi quando te vi

preso por um fio.

Abri o guarda-chuva…

Abri e fechei

é que parou de chover

enquanto te sonhei.

DESCOBERTA

Tinha de contar-te

que voltei ao jardim durante a chuva

e para além das árvores que se despem para os pássaros…

Imagina

descobri pequenas flores nos ramos das magnólias!

TARDE A CAMINHO DE LUGAR NENHUM

Sentada na tarde de um dia qualquer

despida a preceito de preconceitos

que a nudez do corpo é natural

já a da alma…

Espero alguém que me queira

o sorriso

alguém que me dê a mão

que a minha está fria

e quer sonhar…

Sim, eu sei

Sou uma estátua.

Uma estátua a quem o tempo

gastou a pele

mas não o sorriso

de ter-te um dia inventado.

Vem,

leva-me por favor nos teus olhos

a caminho de lugar nenhum.