Quando abril acordou
naquela manhã
Ela só tinha dez anos
de sonhos…
Ouvira o Pai dizer à mãe,
que se passava
Qualquer coisa de
muito importante em Lisboa…
Que talvez fosse desta
vez que destapassem o sol…
Ela não percebia nada,
mas das palavras do Pai
Do som da televisão e
das telefonias ligadas em uníssono
Desprendia-se um som
de festa…
A caminho da escola
Cumprimentou como de
costume
O rosmaninho, as
dedaleiras, os pequenos malmequeres amarelos…
Sem imaginar que abril
se pintava a vermelho
No perfume de um cravo…