No recreio ocupam agora os pássaros o lugar dos
meninos.
Por entre os galhos despidos das árvores é vê-los saltitar,
num silêncio de asas e chilreios…
O silêncio não tem hoje gritos e risos de meninos,
só o das árvores vestidas de pássaros, do orvalho que acaba de acordar e se
espreguiça preguiçoso no corpo das ervas…
E há também um silêncio de vento que faz tilintar
os sinos da coroa que os meninos colocaram na porta da escola antes de deixarem o
recreio entregue aos pássaros.
Dentro da sala não há silêncios de olhos curiosos
nem sorrisos solares por isso, a professora debruça-se agora nos silêncios dos
fios de fumo que saem das chaminés das casas e que parecem tecer cachecóis que
as árvores enregeladas vão pondo ao pescoço…
Não tarda
que se oiçam todos os silêncios com que o inverno há-de cobrir o recreio… até
que o silêncio volte a ter gritos e risos
de meninos…
1 comentário:
Sei do que fala. E como fala!...
Sempre me causou um certo desconforto, o silêncio, no espaço escolar.
Um beijo com votos de Feliz Natal.
Lídia
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