domingo, 29 de dezembro de 2013

MEDO DE MORRER SEM TI





O médico dissera que lhe parecia coisa de gente sensível. Coisa de para quem o natal já não é o que era…

Ela sabia-o…

Mas teve medo!

Medo de não ter tempo de dizer tudo. (embora não saiba como se faz.)

Medo de não olhar mais o horizonte da janela

De ficar ali entretida a descobrir quão longe fica o longe

De correr na praia, voar na brisa…

Teve medo…

De não colocar mais o colar de conchas e fingir-se sereia…

De não mais se aninhar nas rochas a decifrar o vento

De não mais experimentar coisas que só se sentem em abraços

Mas o seu maior medo

Era o de não ter escrito na areia:

-Hoje, tive tanto medo de morrer sem ti!

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