Esta é a história da tarde em que resolvi pintar um
gato.
É difícil pintar um gato que está sempre a fugir do
papel.
Eu é que já devia saber que nunca se pintam gatos
no papel… se queremos pintar um gato, temos de pintá-lo no telhado!
Gato que é gato, passa grande parte do tempo no
telhado, não se pense por isso, pintar nunca um gato com a janela fechada! Se
fecharmos a janela ao gato a tarde nunca mais será a mesma.
Pintar um gato dá mesmo muito trabalho. Os gatos
gostam de sol no telhado. Vou ter também de escolher as cores para pintar o sol
da tarde. E se houver nuvens… Bom, o gato pode sempre puxar-lhes por uma ponta
e fazer um novelo que esconderá debaixo de uma telha para brincar sempre que
lhe apeteça.
Dizem que os gatos não gostam de água! Mas é a mais
completa mentira. Os gatos são os únicos que têm o mar ou o rio na beirinha do
telhado. Ah! As más-línguas dizem ainda, que não gostam de partilhar o telhado
com os pássaros nem de tomar banho.
Quem precisa de banho, quando pode molhar-se de
estrelas?! E quanto aos pássaros, é sabido que estes vivem intrigados pelo
facto dos gatos voarem sem que se lhes veja as asas…
Até agora a tentativa de pintar o gato na tarde
ainda não passou de projeto. Reparo que não fiz no papel um único rabisco…
Mas eis que de repente a tarde resolve aborrecer o
gato!
Começa a chover e entra o gato pela janela. Talvez
agora que o seu pelo se confunde com o do tapete consiga finalmente, pintar o
gato na tarde!
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