quarta-feira, 7 de agosto de 2013

AINDA A POESIA DE TOMAZ KIM





Em cada dia se morre
uma pequena morte…
E as estações sucedem-se!
(…)

Nada quero saber de ti,
Só do poema que te esconde
Como flor
Que ao menos promete a memória
De sonho e céu. (…)


PASSADO OU FUTURO

Passado ou futuro
Nada importa senão a vida
Quando fruto maduro.

E a vida
Não está nos versos retida.


QUANDO A MORTE VIER, MEU AMOR

Quando a morte vier, meu amor,
fechemos os olhos para a olhar por dentro
e deixemos aos nossos lábios o murmúrio
da palavra branda jamais pronunciada
e às nossas mãos a carícia dispersa;
relembremos o dia impossível,
belo por isso e por isso desprezado,
e esqueçamos o que não nos deixaram ver
e o resto que sobrou do nada que possuímos;
deixemos à poesia que surge
o pranto de quem a trocou para comer
e os passos sem rumo pelas ruas hostis;
deixemos à carne o que não alcançámos,
e morramos então, naturalmente…

                                                                        Tomaz Kim

1 comentário:

Anónimo disse...

Avô.