quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A CARTA QUE FALA DE LIVROS



                 Queridos amigos,

Devo confessar que no que respeita a escrever cartas estou um bocado destreinada!

Quando tinha a vossa idade costumava escrever com frequência aos meus amigos, aos meus avós e à minha Ana uma grande amiga e cúmplice, um dia falar-vos-ei dela…

Mas atualmente as únicas cartas que escrevo, vão por correio electrónico por isso não calculam o prazer de vos escrever uma carta a sério. 

Não levem a mal que comece por agradecer à Carolina a carta surpresa que deixou na minha sala de aula!

Além da surpresa de receber uma carta às três da tarde o seu conteúdo era absolutamente delicioso.

Diz ela a determinada altura que, agradece o facto de eu partilhar com a turma alguns dos meus livros e das horas em que estamos juntos serem mágicas. Claro que a magia de que fala a Carolina vem dos livros que partilhamos e daquilo que inventamos e pensamos do que lemos.

Já vos disse que tive a sorte de viver entre pessoas que amavam os livros e de ter muitos livros, provavelmente foram muitos os que influenciaram o meu fascínio pelos livros e muitos os livros que me encantaram e desassossegaram.

Lembro que numa das nossas conversas sobre livros e leituras o Carlos me pediu para fazer a lista com os dez livros preferidos. Na altura e assim de repente, claro que eu conseguia fazer até uma lista com cem livros preferidos já li tantos… Não se esqueçam que sou muito mais velha que vocês, mas fazer uma lista de livros preferidos não quero, não me apetece. Prefiro falar-vos deles sempre que deles me lembre e tenha vontade.

Sabem que aqui na sala os meninos dividiram os livros em, os que gostam muito e os que ainda não conhecem. Os que não gostam nem querem falar deles, não vale a pena perder tempo a pensar naquilo que não se gosta, mas também não devemos falar do que não conhecemos, sobretudo se for para dizer mal…

Não tenho bem a certeza se já contei como gosto de ler vários livros ao mesmo tempo, é que às vezes estou a ler um livro que me empurra para outro e esse outro para outro e assim sucessivamente. E o que eu gosto de” mastigar” e “saborear” as palavras de alguns livros.

Não imaginam como é bom andar com as palavras a voar dentro da nossa cabeça durante vários dias e as mais importantes, essas ficam cá dentro a voar para sempre! Aquelas que vêm nos livros que não se deixam ler! Aqueles livros que temos tanta necessidade de abrir como se fossemos à procura de ar para respirar ou abrimos simplesmente para nos deixar encantar uma e outra vez!

É de um livro assim que me apetece falar agora, um livro que abro muitas vezes, tantas que anda quase sempre comigo, talvez que alguns de vocês já tenha descoberto que os livros também servem para nos suavizar a vida, porque viver nem sempre é uma tarefa fácil… mas eu tenho a certeza que vive melhor e é mais feliz quem ama os livros e a leitura!

Mas era do meu livro que ia falar-vos, nos nossos encontros de leituras já lemos alguma poesia da autora, já vos disse até de um dos seus livros que muito amo, porque foi também o primeiro que li por mão própria. Falo de Matilde Rosa Araújo e do seu,” Palhaço Verde.” Lembram-se?

Na verdade todos os seus livros são livros de sonho e encantamento, livros cheios de luz, doçura e ternura de onde saem histórias tão mágicas e fascinantes que em mim ficaram a voar para sempre.

O livro de que falo chama-se,”O Sol e o Menino dos Pés Frios”. Um livro de pequenos contos todos diferentes onde a escrita e as palavras obedecem tão-somente à vontade do coração. Escolhi-o para leitura da próxima sexta-feira, porque tenho a certeza que vão gostar dele tanto como eu, confesso que gostava que gostassem dele mais do que eu! O livro merece! Depois me dirão!

Não posso terminar sem agradecer à vossa professora o tempo ganho convosco, todas as leituras e aventuras partilhadas pelo amor à palavra.

Beijinhos e muita leitura até ao nosso próximo encontro.
A vossa amiga,

Teresa





2 comentários:

cilinha disse...

olá boa noite .

eu tambem escrevi muitas cartas , e lembro-me quando andava na escola tinhamos de saber escrever uma carta ,mas tinha que ser uma carta bem escrita ... e é pena agora que se esteja a perder esse habito de escrever cartas , que é uma coisa tao linda ...eu gosto muito de escrever e ja sou uma "cota"

beijinho

Anónimo disse...

Há uma altura do ano em que envio belos postais.
O Natal, claro! O espírito natalício toma conta de mim. Todo o ano espero por essa altura; e, "transformo-me" numa criança. As cartas estão lá. Envio cartas para amigos de infância, todos os anos.
Posso ficar anos sem ver os meus amigos.
Contudo, os seus aniversários e Natal nunca são esquecidos.
Sempre "acompanhados" de lindas cartas.
Aniversários: logo pela manhã um telefonema.
- Só podias ser tu. (Dizem-me.
E, é tão bom ouvi-lo.
Natal: uma carta com um postal alusivo ao Natal no seu interior.
E, fico a imaginar os meus amigos.
- É dela só podia nunca se esquece.
Fico, muito, muito. feliz!