Creio termos sido feitos para amar
tranquilos. Creio sermos velhos
e termos já sofrido o necessário
para comer em paz e ver o sol
cada manhã subir um novo dia
sem angústia alicerçada no nascente.
Creio termos gritado já bastante
em todos estes séculos – estes duros
anos que passaram. Navegámos
em círculo, morremos, renascemos…
Fugazes as tangentes que traçámos
e falharam a alegria. Tanto tempo
e nova morte espreita. A mão
habitual nos comprime as artérias.
Sempre os beijos longos nos escapam.
Não é então para nós? Não é ainda
o tempo de sorrir?
Egito Gonçalves
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