Por entre os lençóis olhou a árvore que nascia na sua janela, nem uma folhinha mexia.
Conseguia ver ainda o imenso azul do céu, o sol começava a colorir o dia.
Levantou-se rapidamente, afinal decidira ficar na praia porque queria silêncios…
Silêncios de espuma, de conchas, de caranguejos…
Quando menina, às vezes procurava silêncios de formigas nos troncos das árvores do jardim, outras, silêncios de vento, de estrelas…
Achava-se até perita na descoberta de silêncios. Por isso gostava tanto da praia nesta altura do ano, completamente vazia de gente e cheia, cheiinha de silêncios!
Esta manhã o mar distava da praia mais que habitualmente, a maré estava bem baixa, podia passear livremente nos jardins que o mar deixara a descoberto e encantar-se mais uma vez com as descobertas que fazia. Era sempre assim. Quando andava nos jardins do mar perdia por completo a noção de tempo, só lhe interessava que à frente dos seus olhos estava um mar a perder de vista e aos seus pés outro tanto para explorar!
Trazia sempre os olhos cheios de maravilhas e os bolsos cheios de conchas! Não conseguia resistir a apanhar conchinhas na beirada. Sabia os sítios onda a maré deixa as conchas mais raras e belas e ficava horas catando búzios, beijinhos do mar e pedrinhas polidas ao sabor das ondas… E pensava que a liberdade também é feita de mar, conchas, areia, sol, silêncios…
3 comentários:
E que bom que é o silêncio!...
Que bom que é ouvirmos as vozes de quem mais gostamos, mesmo com eles longe de nós!
Como sempre, escreves lindos textos, que fazem pensar e esperar por mais!
Belo !
Em silêncio, ...ficam os meus filhos ao escutar estes lindos "Silêncios".
Em silêncio, ...consigo escutar a voz que criou os "Silêncios".
Obrigada, por nos fazer entrar e voar por todas estas maravilhosas histórias.
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