Uma vez li qualquer coisa parecida com,” há lugares que são como os livros e canções”. Talvez seja por isso que estou sempre a voltar ao rio. Tal como fiz ontem.
Queria estar longe deste Natal que nunca foi o meu, de toda esta gente que de loja em loja anda feliz comprando mais uma inutilidade. Às vezes acho que também me apetecia ser assim, andar pela rua feliz e contente fazer de conta que ninguém dorme na rua, que todos têm aquilo a que têm direito!
Mas que chatice ”tenho ouvidos e vejo” por isso sei que o natal está muito, muito longe daqui! E fico tão triste! Talvez eu esteja só cansada, viver não é tarefa fácil e cansa... Por isso fugi para o rio em busca de alguma serenidade.
A tarde estava cheiinha de sol, não fosse o vento frio e ninguém diria estarmos em Dezembro. Não estivesse já a noite a tomar a tarde e ter-me-ia metido num dos barcos, é tão bonita a cidade vista do rio.
Mas não, fiquei à margem... Não sei quanto tempo ali fiquei porque de repente o rio encheu-se de lua.
Uma lua encantada e misteriosa...
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