terça-feira, 2 de abril de 2013

HISTÓRIA NO INTERVALO DA CHUVA





Talvez hoje seja um bom dia para apresentar o Bigodes de Arame.
Acho que nunca falei dele.
O Bigodes de Arame é um gato listrado que mora num cantinho do recreio da nossa escola.
Bom, pra falar verdade ele é dono de quase toda a escola e escolhe os lugares onde quer ficar, não sabemos se de acordo com o clima ou a disposição! Entra e sai da escola a seu belo prazer e dá-se lindamente com os meninos. Vive por aqui há uns dois anos e já todos o tratam como se fosse da família.
Hoje de volta à escola e quando aproveitando um intervalo da chuva para pôr a navegar os barquinhos de papel que fizeramos, encontramo-lo refastelado ao sol. Depois de cumprimentar os amigos e passar a ronda pelos corredores lá voltou pachorrento para a sua fatia de sol enquanto nós lançávamos barquinhos a infinito…




O Gabriel é que não resistiu a tanto infinito e foi mesmo obrigado a mudar de roupa!



3 comentários:

Lídia Borges disse...


Do quotidiano que, além do mais, é Poesia.

O Bigodes de Arame deve ser muito feliz por poder presenciar "tanto infinito".

Parabéns!

Beijinhos de sol a todos.
Que os barquinhos se façam sonho e naveguem num mar de ventos calmos.

Lídia Borges disse...


Venho deixar um pequeno presente aos meninos que gostam de gatos e aos gatos que gostam de meninos.

GATO BIRRENTO

Lá anda o gato birrento
A correr que nem o vento
Trepa à mesa da cozinha
Tomba o saco da farinha

Chega o chefe Catatau
dá-lhe co’a colher de pau
trepa logo ao telhado
Atrás do pombo malhado

Rouba-lhe penas do peito
Só quer umas cinco ou seis
P’ra garatujar a eito
histórias que falam de reis

Falam de reis e rainhas
Falam de gatos e gatas
Falam de velhas galinhas
De perus, patos e patas

A sonhar com a capoeira
Sossega o gato estouvado
Depois de tanta canseira
O sono chega apressado.

E o bichano larga tudo
Já não é gato assanhado.
Das asneiras, nem sinal!
É um anjinho lãzudo
Que a ninguém quer fazer mal.

Com muito carinho

Lídia Borges

Teresa disse...

Lídia,
Mas que surpresa espantosa!
Incrível como no seu poema/história se desenhou o fiel retrato do nosso amigo “Bigodes de Arame”!
Eu e os meninos estamos encantados. E quando o “Bigodes de Arame” aparecer por aqui vamos contar-lhe como de gato vadio passou a gato no poema.
Obrigada pelo delicioso poema/história. Já temos algumas ideias para brincar com ele…
Mas por agora, viemos só agradecer e devolver a ternura.

Beijinhos, meus e dos meninos.