Talvez hoje seja um bom dia para apresentar o
Bigodes de Arame.
Acho que nunca falei dele.
O Bigodes de Arame é um gato listrado que mora num
cantinho do recreio da nossa escola.
Bom, pra falar verdade ele é dono de quase toda a
escola e escolhe os lugares onde quer ficar, não sabemos se de acordo com o
clima ou a disposição! Entra e sai da escola a seu belo prazer e dá-se
lindamente com os meninos. Vive por aqui há uns dois anos e já todos o tratam
como se fosse da família.
Hoje de volta à escola e quando aproveitando um
intervalo da chuva para pôr a navegar os barquinhos de papel que fizeramos,
encontramo-lo refastelado ao sol. Depois de cumprimentar os amigos e passar a
ronda pelos corredores lá voltou pachorrento para a sua fatia de sol enquanto
nós lançávamos barquinhos a infinito…
O Gabriel é que não resistiu a tanto infinito e foi
mesmo obrigado a mudar de roupa!
3 comentários:
Do quotidiano que, além do mais, é Poesia.
O Bigodes de Arame deve ser muito feliz por poder presenciar "tanto infinito".
Parabéns!
Beijinhos de sol a todos.
Que os barquinhos se façam sonho e naveguem num mar de ventos calmos.
Venho deixar um pequeno presente aos meninos que gostam de gatos e aos gatos que gostam de meninos.
GATO BIRRENTO
Lá anda o gato birrento
A correr que nem o vento
Trepa à mesa da cozinha
Tomba o saco da farinha
Chega o chefe Catatau
dá-lhe co’a colher de pau
trepa logo ao telhado
Atrás do pombo malhado
Rouba-lhe penas do peito
Só quer umas cinco ou seis
P’ra garatujar a eito
histórias que falam de reis
Falam de reis e rainhas
Falam de gatos e gatas
Falam de velhas galinhas
De perus, patos e patas
A sonhar com a capoeira
Sossega o gato estouvado
Depois de tanta canseira
O sono chega apressado.
E o bichano larga tudo
Já não é gato assanhado.
Das asneiras, nem sinal!
É um anjinho lãzudo
Que a ninguém quer fazer mal.
Com muito carinho
Lídia Borges
Lídia,
Mas que surpresa espantosa!
Incrível como no seu poema/história se desenhou o fiel retrato do nosso amigo “Bigodes de Arame”!
Eu e os meninos estamos encantados. E quando o “Bigodes de Arame” aparecer por aqui vamos contar-lhe como de gato vadio passou a gato no poema.
Obrigada pelo delicioso poema/história. Já temos algumas ideias para brincar com ele…
Mas por agora, viemos só agradecer e devolver a ternura.
Beijinhos, meus e dos meninos.
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