Estávamos no meio do
outono.
As manhãs acordavam
com mais frio, havia até um dia ou outro em que o inverno parecia ter-se já
instalado sem se fazer rogado…
O vento ia despindo as
árvores vestidas em tons de dourado e vermelho festa. No recreio da escola os
meninos brincavam agora sob um tapete de macias folhas que de quando em vez a
chuva resolvia perfumar.
Nesses dias, em que o mau tempo impedia as brincadeiras ao ar livre, os meninos e a professora
ficavam na sala a ver a chuva e o vento sacudir as árvores e a bater de
encontro aos vidros. Era engraçado ver as gotinhas de chuva a escorregar pelo
vidro, às vezes tentavam segurar-se umas às outras, mas acabavam sempre por cair…
Mas no dia em que
começa esta história não chovia. O sol tinha apagado o frio e os meninos
brincavam às caçadinhas quando…
Quando de uma das
árvores, imaginem, não, não caiu uma folha! Já sei que era outono e no outono …
Mas não foi uma folha que tombou da árvore!
Para surpresa de
todos, da árvore tombou um pato! Sim, isso mesmo que acabaram de ouvir.
Para falar verdade, já
não era a primeira vez que um pato entrava no recreio, mas uma coisa era entrar
pelo portão, por um buraco na rede, outra era cair das árvores. Pois é bem
sabido, que as árvores não dão patos. Talvez seja melhor dizer, não davam. O
que acabara de acontecer fazia os meninos acreditar que se calhar não era bem
assim.
O pobre do pato estava tão atordoado com a queda
que se deixou apanhar sem resistência e ao colo da professora aceitava de bom
grado os mimos e afagos dos meninos.
Alguns dos meninos olhando a árvore procuravam-lhe
o ninho…
Mas depressa concluíram que tinha vindo da quinta
ao lado da escola.
Voara alto de mais, era o que era e viera aterrar no recreio
para sorte de todos.
Depois de devolvê-lo à dona, os meninos pediram-lhe
que não o pusesse de castigo!
Afinal quem pode deixar de admirar um pato
aventureiro e curioso?!
2 comentários:
Só não vence
quem não luta
Já te disse várias vezes, que admiro a forma como de uma coisa aparentemente sem história, tu fazes aparecer histórias que encantam.
É uma pena que continues sem levar a sério os que gostariam de ler-te em livro.
Beijos da Jú
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