Nos dias em que queremos esquecer o mundo ou este parece ter-se esquecido de nós é bom saber de lugares que são assim como uma concha, lugares onde nos sentimos protegidos e onde procuramos formas de suavizar a vida.
Felizmente ela sabia de vários lugares assim…
Às vezes bastava-lhe um sopro de vento, um acorde de pássaro, uma praia vazia, um respirar de estrelas, um olhar sobre o rio e tudo o resto deixava de ter importância.
Mas o seu lugar preferido era sem dúvida a sua varanda virada para o Douro, agora que o Verão chegara a trepadeira que a envolvia estava cheia de flores lilás que exalavam um perfume nocturno, flores que preferem a luz da lua e o brilho das estrelas, talvez perfumem a noite aos grilos e ralos que cantam em seu redor.
Noutras noites as águas do rio parecem abraçar-se ao céu e as estrelas aproveitam para poder banhar-se, mas hoje o céu está negro e as estrelas vestidas de nuvens, não esta noite não virão banhar-se no rio, mas ela ficará ali, vai esperar a chegada do sol!
1 comentário:
Douro, magnífico!
Ao ler esta história, recordei uma das minhas viagens de comboio. Durante três anos, e todas as semanas, fazia a viagem até à Régua. No nício achava fascinante e não me cansava de observar cada pontinho,... tinha medo que me escapasse algum pormenor. Ao fim de algumas semanas já dormia durante toda a viagem. Por fim, já só queria transferência e vir para próximo de casa. Não estava cansada das pessoas, da Régua, ...Não! Nem pensar, boas gentes. Simplesmente, queria vir para mais perto. A paisagem já nada me dizia. Pouco antes da desejada transferência, fiz a viagem, com a minha família, até ao Pinhão. Hoje, já adoro tudo aquilo de novo. Voltarei a viajar por aqueles lugares de sonho.Como é bom recordar!!!
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