Às vezes entrava em casa a correr para contar ao Avô as aventuras que tinha colhido no jardim. Já preparada para abrir a porta da biblioteca, parava e nem se atrevia a fazer barulho, não que o Avô se fosse zangar, mas tinha-se habituado a descobrir através da música que o Avô ouvia se podia ou não interromper… e hoje o Avô ouvia música de querer estar sozinho!
Outras vezes, ficava ali a ouvir a música e o Avô que entusiasmado lhe dizia:
- As canções são como os livros, têm de contar histórias. Não basta ter uma melodia bonita e uma boa voz, as palavras têm igualmente que encantar. E o Avô punha uma atrás da outra as suas histórias cantadas e os seus cantadores de histórias preferidos. Adorava os que cantavam em língua francesa Trenét, Ferré, Brel, Piaf, Barbara…
Havia também uma inglesa que fizera furor durante a segunda guerra, Vera Lynn, a incontornável Ella Fitzgerald, e tantos outros…
Claro que na altura não conseguia perceber a dimensão das histórias que as canções contavam, mas hoje tal como o Avô, tem dias que adora meter-se dentro dos livros, outros dentro de uma bela canção…
Contando claro, que contem uma boa história!
E já agora, um dos meus cantadores de histórias e história preferida!
Quand on n'a que l'amour
A s'offrir en partage
Au jour du grand voyage
Qu'est notre grand amour
Quand on n'a que l'amour
Mon amour toi et moi
Pour qu'éclatent de joie
Chaque heure et chaque jour
Quand on n'a que l'amour
Pour vivre nos promesses
Sans nulle autre richesse
Que d'y croire toujours
Quand on n'a que l'amour
Pour meubler de merveilles
Et couvrir de soleil
La laideur des faubourgs
Quand on n'a que l'amour
Pour unique raison
Pour unique chanson
Et unique secours
Quand on n'a que l'amour
Pour habiller matin
Pauvres et malandrins
De manteaux de velours
Quand on n'a que l'amour
A offrir en prière
Pour les maux de la terre
En simple troubadour
Quand on n'a que l'amour
A offrir à ceux-là
Dont l'unique combat
Est de chercher le jour
Quand on n'a que l'amour
Pour tracer un chemin
Et forcer le destin
A chaque carrefour
Quand on n'a que l'amour
Pour parler aux canons
Et rien qu'une chanson
Pour convaincre un tambour
Alors sans avoir rien
Que la force d'aimer
Nous aurons dans nos mains,
Le monde entier
(Jacques Brel)
Sem comentários:
Enviar um comentário