Não sei explicar o meu fascínio por tudo o que tem asas.
Quando era menina, adorava as maravilhosas histórias contadas pela minha avó Emília, histórias de princesas, de bruxas, mas as minhas preferidas eram sem dúvida as de fadas.
A avó usava até uma expressão que eu adorava, ela dizia com frequência, “Deus te fade meu amor.” E eu acreditava que a minha avó era mesmo uma fada boa. Uma fada sempre disposta a ajudar todos os que dela precisassem.
De todas as histórias, havia a da fada que para conseguir as asas que todas as fadas sonham ter, teria de ser boa, alegre, justa, e sábia.
Em suma, a fada perfeita. Mas a fadinha irritava-se com facilidade, e por isso ainda não tinha conquistado as tão almejadas asas. A avó dizia-me, que era uma questão de tempo, até as fadas tinham de aprender a ter paciência…
E eu sonhava… Sonhava, que era uma fada boa a espalhar, sorrisos, abraços, ternuras, e muito pó de fada, que é o que eu acho que todas as fadas devem espalhar!
E por falar em fadas...lembrei-me de um livro maravilhoso de um não menos maravilhoso escritor ,Antero de Quental e as suas "As Fadas", que ilustrado por Raquel Pinheiro é levado a uma obra de arte para miúdos e graúdos!
As fadas... eu creio nelas!
Umas são moças e belas,
Outras, velhas de pasmar...
Umas vivem nos rochedos,
Outras, pelos arvoredos,
Outras, à beira do mar...
(...)
Quantas vezes,já deitado,
Mas sem sono, inda acordado,
me ponho a considerar
Que condão eu pediria,
Se uma fada, um belo dia,
Me quisesse a mim fadar...
O que seria? um tesoiro?
Um reino? um vestido de oiro?
Ou um leito de marfim?
Ou um palácio encantado,
Com seu lago prateado
E com pavões no Jardim?
Ou podia, se eu quisesse,
Pedir também que me desse
Um condão, para falar
A língua dos passarinhos,
Que conversam nos seus ninhos...
Ou então, saber voar!
Antero de Quental
Umas são moças e belas,
Outras, velhas de pasmar...
Umas vivem nos rochedos,
Outras, pelos arvoredos,
Outras, à beira do mar...
(...)
Quantas vezes,já deitado,
Mas sem sono, inda acordado,
me ponho a considerar
Que condão eu pediria,
Se uma fada, um belo dia,
Me quisesse a mim fadar...
O que seria? um tesoiro?
Um reino? um vestido de oiro?
Ou um leito de marfim?
Ou um palácio encantado,
Com seu lago prateado
E com pavões no Jardim?
Ou podia, se eu quisesse,
Pedir também que me desse
Um condão, para falar
A língua dos passarinhos,
Que conversam nos seus ninhos...
Ou então, saber voar!
Antero de Quental
1 comentário:
Temos algo em comum, a poesia, o mar, a profissão, a cidade, a magia.
Que nunca falte o pó das estrelas nos nossos corações.
cduxa
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